30.9.11

Meia-Noite em Paris

Fui ver o "Meia-Noite em Paris" do Woody Allen e esta música não me sai do ouvido. Mas o filme___é o mais americano (sentido pejorativo) dos filmes de W.A.. Argumento básico, imagem estereotipada de Paris dos anos 20 ou da Belle Époque. mesmo se, sim, eu também gostaria de fazer a viagem de Gil Pender...



Fica a mensagem de fundo do filme - «That's what the present is. It's a little unsatisfying because life is unsatisfying.» - e mais alguns diálogos e statements like this one - «I'm jealous and I'm trusting. It's cognitive dissonance. F. Scott Fitzgerald talked about it

15.9.11

José (Zeca) Medeiros no Teatro Viriato


Artista multifacetado, com obra feita e reconhecida na televisão, no Teatro, na Música e no Cinema, Zeca Medeiros canta, encanta, inventa e reinventa sem nunca cansar quem o ouve. Nunca canta a mesma canção duas vezes da mesma maneira. Fá-lo com a voz portentosa e única que possui, mas também com as mãos, com o rosto e o coração, porque nele tudo é música.
Muitos comparam-no a Tom Waits, mas em palco o músico e cantor remete o público para o universo musical do francês Jacques Brel, devido à sua entrega e ao modo como interpreta as suas canções de amor e de mágoa.
O concerto de Zeca Medeiros tem como fio condutor os novos temas do recentemente editado Fados, Fantasmas e Folias. Autor de todas as músicas e letras, o músico funde e confunde o valor da palavra com a tradição e cultura açoriana, acrescentando-lhe com uma mestria incontornável o tom grave e rouco da sua voz, ora embalador, ora poderosamente desconcertante. Do espectáculo farão parte temas como Camarim – Canção da Timidez, Eu gosto tanto de ti que até me prejudico e Cançoneta do Forte Fraquinho, música que integra a peça coreográfica de Paulo Ribeiro Paisagens... “onde o negro é cor” e que será interpretada de forma especial no Teatro Viriato.

P.S. 1: No Teatro Viriato, espectáculo a 24 de Setembro. Entretanto, já este sábado no Teatro Aveirense, Paisagens... “onde o negro é cor"

P.S. 2: Esperando a ventura de
outra noite como aquela

14.9.11

Put The Blame On Mame


As recorded by Anita Ellis, for the singing voice of Rita Hayworth in the film "Gilda" (Charles Vidor,1946):

When Mrs. O'Leary's cow
Kicked the lantern in Chicago town
They say that started the fire
That burned Chicago down
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame kissed a buyer from out of town
That kiss burned Chicago down
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

Remember the blizzard, back in Manhattan
In eighteen-eighty-six
They say that traffic was tied up
And folks were in a fix
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame gave a chump such an ice-cold "No"
For seven days they shovelled snow
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

When they had the earthquake in San Francisco
Back in nineteen-six
They said that Mother Nature
Was up to her old tricks
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
One night she started to shim and shake
That brought on the Frisco quake
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

They once had a shootin' up in the Klondike
When they got Dan McGrew
Folks were putting the blame on
The lady known as Lou
That's the story that went around
But here's the real low-down
Put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame
Mame did a dance called the hoochy-coo
That's the thing that slew McGrew
So you can put the blame on Mame, boys
Put the blame on Mame

(Allan Roberts / Doris Fisher)

9.9.11

En esta esquina del tiempo

O cantautor Luis Pastor e a Orquesta de Córdoba, em homenagem a José Saramago, realizaram um concerto em que se ouviram as canções do álbum "En esta esquina del tiempo" (2006). São catorze poemas do nosso nobel da literatura.



[Actuación de Luis Pastor / Orquesta de Córdoba / Leonardo Marínez Cayuela (dirección musical). "En esta esquina del tiempo". Homenaje a José Saramago con motivo del Festivas de la Guitarra de Córdoba]

6.9.11

Ricardo Ribeiro

O que se faz, quem acontece e onde na música contemporânea portuguesa não é motivo de front pages. e deveria ser. Conheci o Ricardo Ribeiro porque ambos gostamos de silêncio. e de música. Ele, é claro, é uma estrela. Eu ouço-o (quando ele deixa) e lanço avisos à população. Ele é qualquer coisa muito boa, completamente luso e de outro mundo. Por agora, leiam isto.

«Actualmente na sua música Ricardo Ribeiro utiliza elementos como repetição e "articulação da matéria" aproximando-se neste sentido de compositores como Beat Furer ou Pierluigi Billone. Por um lado, a sua música nasce num contexto "histórico, social e cultural", mas por outro "toda a obra de arte produz um espaço e um tempo que lhe são próprios e que têm em si mesmos elementos que caracterizam um determinado período. Não só assimilam o que está à sua volta como deixam marcas dessa assimilação, dessa transformação e desses elementos."»


(são os caracois os caracolitos. sorry R., não resisti :))

Solo sé que no sé nada

Solo sé que no sé nada
Corazón batiendo fuerte
Sentimiento de viajen
Solo sé que no sé nada


Speak Low

Speak low
When you speak love
Our summer day
Withers away
Too soon, too soon

Feeling Good

Feeling sooooooooooooooooooo Good



Birds flying high you know how I feel
Sun in the sky you know how I feel
Breeze driftin' on by you know how I feel

(refrain:)x2
It's a new dawn
It's a new day
It's a new life
For me
And I'm feeling good

Fish in the sea you know how I feel
River running free you know how I feel
Blossom on the tree you know how I feel

(refrain)

Dragonfly out in the sun you know what I mean, don't you know
Butterflies all havin' fun you know what I mean
Sleep in peace when day is done
That's what I mean

And this old world is a new world
And a bold world
For me

Stars when you shine you know how I feel
Scent of the pine you know how I feel
Oh freedom is mine
And I know how I feel
(refrain)

Hallelujah

Baby I've been here before I've seen this room and I've walked this floor You know, I used to live alone before I knew ya And I've seen your flag on the marble arch and love is not a victory march it's a cold and it's a broken hallelujah

For the girl I have in that merry green land I love far better than thee And the wind did howl and the wind did blow



Realização: Rocky Schenck

Nevoeiro



O primeiro e único livro em português que Fernando Pessoa publicou em vida foi MENSAGEM (1934), um “livro de versos nacionalistas”, composto ao longo de cerca de duas décadas. O poeta estruturou-o em três partes, correspondentes a etapas da evolução do Império Português - nascimento (os construtores do Império), realização (o sonho marítimo e a obra das descobertas) e morte (a imagem do Império moribundo, com a fé da ressurreição do espírito lusíada do império espiritual, moral e civilizacional). A terceira parte - Encoberto - evoca um Portugal mais recente, envolto em tristeza, trevas e perda de identidade (a morte). «Nevoeiro» assume esse tom geral de disforia, de tristeza e melancolia.

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quere.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ância distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!